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Atualizado: 21/10/2025 às 09:20
Equipe Research Santander
INVESTIMENTOS
Ouro atinge preço recorde histórico. O que motiva a alta?
O ouro segue nos holofotes em 2025, renovando recordes e alcançando o maior preço da história. Com isso, o movimento chama a atenção de investidores de todos os perfis, dos mais conservadores aos experientes, e levanta uma pergunta importante: o que está por trás dessa alta?
Hoje, você vai entender quais fatores econômicos, políticos e de mercado impulsionaram o metal precioso e o que isso pode significar para seus investimentos daqui pra frente.
Qual é o valor do ouro hoje?
Em outubro de 2025, o ouro atingiu um recorde histórico, ultrapassando pela primeira vez a marca de US$4.100 por onça (cerca de R$22 mil por 31,1 gramas).
A valorização representa o maior salto desde a década de 1970, com alta superior a 50% em 2025, sendo mais de 30% desde abril, quando se intensificaram os conflitos comerciais entre Estados Unidos e China.
O avanço expressivo reforça o papel do metal como ativo de proteção da carteira em tempos de incertezas econômicas.
No mercado, a expectativa é de que o movimento ainda tenha fôlego. Na visão de alguns integrantes do mercado, por exemplo, as projeções estão em constante atualização e, agora, estima-se que o ouro possa chegar aos US$5.000 por onça em 2026.
Confira, no gráfico a seguir, a valorização dos contratos futuros de ouro nos últimos anos:
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Atenção: retornos do passado não garantem a mesma rentabilidade no futuro.
Basicamente, entre os motivos da alta do ouro em 2025, estão o interesse dos investidores por ativos mais seguros, incerteza econômica e política mundial, guerras tarifárias e perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos.
Quais são os motivos para a alta recorde do ouro?
O ouro voltou a ser protagonista nos mercados globais ao renovar recordes e ultrapassar a marca de US$ 4.100 por onça em outubro de 2025, o maior preço já registrado.
A disparada do metal reflete um conjunto de fatores econômicos e geopolíticos que aumentaram a busca por ativos de menor risco entre investidores e Bancos Centrais.
Os principais impulsionadores para a alta são:
1. Tensões comerciais entre EUA e China
As novas disputas comerciais e tecnológicas entre as duas maiores economias do mundo elevaram a incerteza global.
A possibilidade de tarifas adicionais e restrições a exportações estratégicas reacendeu o temor de desaceleração do comércio internacional, levando investidores a buscar resguardo no ouro, tradicionalmente visto como um porto seguro em tempos de conflito econômico.
2. Expectativas de cortes nas taxas de juros dos EUA
Com sinais de desaceleração do mercado de trabalho e inflação mais acomodada e próxima à meta do Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed) sinalizou novos cortes na taxa de juros para as próximas reuniões.
Taxas mais baixas reduzem o rendimento de ativos como títulos públicos americanos e aumentam a atratividade do ouro, que não oferece juros, mas preserva valor em períodos de instabilidade.
3. Shutdown nos Estados Unidos
O impasse político no Congresso americano, que resultou na não aprovação do orçamento federal a tempo e em uma paralisação parcial do governo (shutdown), adicionou mais incerteza ao cenário.
O risco de interrupção de serviços públicos e atrasos em pagamentos federais reforçou o movimento de fuga para ativos seguros, beneficiando diretamente o ouro.
4. Busca por proteção em um cenário incerto
Com mercados voláteis, conflitos geopolíticos e dúvidas sobre o crescimento global, investidores institucionais e individuais aumentaram suas posições em ouro como forma de diversificação e preservação de capital.
Assim sendo, com maior procura, os preços consequentemente se elevam, fato constatado no gráfico apresentado anteriormente.
5. Compras recordes de Bancos Centrais
Os Bancos Centrais de diversos países vêm ampliando suas reservas em ouro para reduzir a exposição ao dólar e aos títulos do Tesouro dos EUA.
Essa estratégia, observada há alguns anos, ganhou força em 2025 e adicionou pressão de compra consistente ao mercado de ouro e ativos relacionados.
Um estudo recente mostrou que, pela primeira vez desde 1996, as reservas de ouro dos Bancos Centrais estrangeiros ultrapassaram suas reservas em títulos do Tesouro dos EUA.
6. Entrada firme de ETFs de ouro
Além disso, os Fundos de Índice (ETFs) lastreados em ouro registraram fortes entradas de capital nos últimos meses, impulsionando ainda mais o preço da commodity.
Em todo o mundo, os investidores aplicaram US$64 bilhões em Fundos de ouro este ano. Desse total, 17,3 bilhões de dólares foram investidos apenas em setembro, o que é um recorde.
Esse movimento reflete o interesse crescente de investidores que buscam exposição ao metal sem precisar comprar o ativo físico, ou seja, fazendo isso por meio de Fundos passivos.
Em conjunto, esses fatores criaram um ambiente favorável à valorização do ouro, consolidando 2025 como um ano histórico para a commodity e reacendendo o debate sobre até onde o preço pode chegar nos próximos meses.
Quais são as principais formas de investir em ouro?
Com a recente valorização do ouro, muitos investidores voltaram a olhar para o metal como uma forma de proteção e diversificação da carteira.
Mas é importante saber que existem diferentes maneiras de investir, cada uma com características próprias de custo, riscos, liquidez e segurança.
As principais formas de investir em ouro são:
- ETFs de ouro (Fundos de Índice): são a forma mais prática e acessível de investir. Replicam o preço do ouro internacional e podem ser comprados como qualquer ação na Bolsa. No Brasil, há ativos deste tipo, isto é, que acompanham a cotação do metal em dólar.
- Fundos de Investimento em ouro: administrados por gestoras, esses Fundos aplicam em contratos futuros ou em ETFs internacionais, oferecendo exposição ao ouro com gestão profissional.
- Contratos futuros de ouro: geralmente utilizados por investidores mais experientes, estratégias mais complexas e traders, permitem negociar o preço do ouro para datas futuras, com potencial de ganhos (ou perdas) mais altos.
- Certificados ou BDRs de mineradoras: oferecem exposição indireta ao ouro, investindo em empresas que exploram e produzem o metal.
- Produtos estruturados em ouro: alternativas de ativos expostos ao ouro, como Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e EQDs.
Embora o ouro físico (em barras, moedas ou joias) possa parecer atrativo, não é recomendado como forma de investimento.
O armazenamento seguro é caro e arriscado, a liquidez é menor e há burocracia e custos fiscais desnecessários, dadas as outras alternativas listadas acima, que são muito mais simples de entender, eficientes e baratas.
Por que investir em ouro?
Como vimos, o ouro é considerado um dos ativos de baixo risco do mundo que costuma ganhar destaque em momentos de incerteza econômica.
Basicamente, funciona como uma espécie de “escudo” dentro da carteira, ajudando a equilibrar riscos e proteger o patrimônio.
Veja as principais vantagens:
- Proteção contra crises: o ouro tende a se valorizar quando há instabilidade nos mercados.
- Reserva de valor: mantém relativo poder de compra ao longo do tempo, mesmo com inflação alta.
- Diversificação: reduz a exposição da carteira a oscilações de outros ativos, como ações e câmbio.
- Liquidez global: é aceito e negociado em praticamente todos os mercados do mundo.
- Escassez natural: por ser um recurso limitado, seu valor tende a se manter sólido no longo prazo.
Por essas razões, o ouro é visto como um ativo estratégico para quem busca estabilidade e proteção em tempos de incerteza.
Como ficam os investimentos com a alta do ouro?
A recente mudança na taxa de juros dos Estados Unidos traz impactos diretos sobre os mercados globais e o comportamento dos investidores.
Abordamos ainda que o ouro, em especial, tem se mantido em destaque, sustentado por uma demanda consistente de Bancos Centrais, que buscam diversificar suas reservas, e também por grandes investidores internacionais.
Com a perspectiva de novos cortes de juros ao longo deste e do próximo ano, o ambiente tende a favorecer ativos que preservam valor em períodos de menor rendimento dos títulos americanos.
Nesse contexto, o ouro pode continuar apresentando preços firmes e atratividade no cenário global.
Contudo, essa não é uma garantia de ganhos, apenas uma leitura do cenário econômico atual, que é dinâmico, imprevisível e sujeito a múltiplas variáveis que podem afetar a cotação do ouro e demais ativos.
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