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Atualizado: 07/10/2025 às 09:32
Equipe Research Santander
INVESTIMENTOS
Visão estratégica internacional: os reflexos no seu portfólio
Setembro foi novamente um mês positivo para os mercados, tanto no Brasil quanto no exterior. Por aqui, o Ibovespa avançou 3,4% e o dólar recuou 2,0%. No exterior, as bolsas norte-americanas avançaram 3,7% (média do DJIA, S&P 500 e Nasdaq), enquanto os índices asiáticos valorizaram 2,9% (média dos índices Shanghai e Nikkei).
Um dos fatores que sustentaram esse movimento foi o corte de juros pelo Federal Reserve em 17 de setembro, o primeiro de 2025. A decisão de reduzir a taxa em 25 bps, levando os Fed Funds para 4,00-4,25%, veio em linha com as expectativas.
Na coletiva de imprensa pós-decisão, Jerome Powell, presidente do Banco Central norte-americano, afirmou que o Comitê reagiu ao enfraquecimento do mercado de trabalho e ressaltou que não vê necessidade de cortes mais agressivos no curto prazo, reforçando que a política monetária seguirá dependente de dados.
O Fed também revisou suas projeções: para 2025, a mediana dos Fed Funds caiu de 3,9% (em junho) para 3,6% (em setembro); para 2026, de 3,6% para 3,4%; e para 2027, de 3,4% para 3,1%.
Entre os indicadores dos EUA, o payroll de agosto mostrou abertura de apenas 22 mil postos de trabalho, bem abaixo do consenso de 76 mil. A leitura de setembro, que será divulgada no dia 3 de outubro, deve indicar a criação de 50 mil vagas líquidas. Por outro lado, a 3ª e última revisão do PIB do 2T25 mostrou crescimento de 3,8% t/t (em termos anualizados), frente à estimativa anterior de 3,3%, aumentando a incerteza sobre os próximos passos do Fed.
Governo Trump: Novas Tarifas e Diplomacia
No campo do comércio internacional, o tema das tarifas voltou a ficar em destaque após o presidente Donald Trump anunciar (no dia 25) a imposição de tarifa de 100% sobre produtos farmacêuticos de marca ou patenteados importados (a exceção de empresas que estiverem construindo fábricas nos EUA), com a nova alíquota entrando em vigor a partir de 1º de outubro.
Além disso, Trump assinou (no dia 29) um decreto para a aplicação de tarifas de 10% sobre madeira e madeira serrada importadas e de 25% sobre armários de cozinha, banheiro e móveis estofados importados.
Vale destacar ainda que, ao fim do mês (mais precisamente no dia 23), ocorreu o primeiro encontro entre Lula e Trump desde o início de seus mandatos atuais.
Apesar de rápido e informal – apenas 38 segundos nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York –, o episódio ganhou relevância após Trump mencionar em seu discurso oficial uma “excelente química” entre os dois chefes de Estado, além de sinalizar a possibilidade de um novo encontro à frente.
Perspectivas para Outubro
Em outubro, a expectativa é que as próximas leituras do payroll e da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA dividam atenções com a decisão de política monetária do Federal Reserve. A reunião do FOMC ocorre nos dias 28 e 29, e o mercado projeta 99% de probabilidade de um corte adicional de 25 bps dos Fed Funds (segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group).




